sábado, 14 de março de 2009

Cândida

Ontem vi CÂNDIDA ,
http://www.destaquesp.com/index.php/Cultura/Teatro/candida.html
de G. Bernard Shaw, com direção do Zé Henrique de Paula, lá no teatro Brigadeiro.

É, sem dúvida alguma, uma das peças mais bacanas em cartaz.

O texto discute o amor de uma maneira muito delicada, opondo de forma clara a ordem e o progresso.

Sérgio Mastropasqua é brilhante na composição do marido, um pastor ligado ao socialismo e às causas sociais.

Este discurso se confronta na relação com sua mulher, Cândida.

Ali, a estabilidade dá lugar ao comum, ao amor plácido e responsável.

O contraponto vem na figura romântica e anárquica de Eugênio, lindamente feito por Thiago Carreira.

No meio dos dois, o alvo do amor, Cândida.

Na apresentação que vi, a atriz era Patrícia Pichamone, que vem a ser uma das melhores atrizes que já vi em cena.

Patrícia conduz a platéia num jogo de inteligência e sensualidade, mesmo vestida dos pés à cabeça.

Coisa de grande atriz.

E o resto do elenco não fica atrás.

João Bourbonnais, Fernanda Maia e Thiago Ledier vão do cômico ao trágico com uma leveza impressionante.

Boubonnais, em especial, me surpreendeu: figura doce na vida real, é um ogro divertidíssimo no palco.

E tem a direção do Zé Henrique, que mostra a cada trabalho o grande diretor que é.

Numa peça extremamente textual, Zé Henrique conduz a platéia com uma forte mão invisível: não impõe nada, apenas convida o espectador a entrar.

E o convite é aceito de forma impressionante.

Zé Henrique de Paula é um cara com quem eu preciso trabalhar.

CÂNDIDA é um espetáculo imperdível.

O que você está fazendo que ainda não foi atrás ?

Peça boa nunca fica muito tempo em cartaz.

Então corre!

Otavio Martins
Ator, diretor, autor.

Um comentário:

petrucia finkler disse...

eu vi este post no blog do Otávio...
e vi alguns outros comentários online sobre o espetáculo. Fiquei super a fim de ver...
Parabéns pelo trabalho!
E sucesso, break a leg!