terça-feira, 1 de março de 2011

Tribunal na TV

"É incrível...quando a gente acha que a coisa vai engrenar, que campos de trabalhos para atores produtores, figurinistas etc...vai esquentar, vem mais um balde de agua fria na brasa....é lamentável o termino desse programa. Não é só porque tive o prazer de fazer parte, mas também pelo cunho de ser um programa de alerta a população, de instrução, de verdade. Só me cabe lamentar.....
Era um programa de ALERTA aos direitos de cada cidadão. Crimes que não ficam impunes. Fatos que ocorrem no furor do ciume, da droga, da bebida, e que dava a resposta a pergunta: É cega a justiça?"
 
Blota Filho - ator

Um comentário:

Miquelina Veiga disse...

Concordo com Blota Filho sobre o término da escolha glacial da Band em ter tirado o programa Tribunal da TV do ar. Meu nome é Miquelina e sou professora de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, no nível público de ensino. Na minha experiência com adolescentes e como professora de língua portuguesa que tem de ler, como "ossos do ofício", as redações que eles escrevem, percebi, pelo menos duas coisas:
1) os adolescentes, por força da idade, têm uma necessidade premente de fugir ao "faz de conta" da infância e ir a cata de "realidade"; estamos, assim, falando da área do conteúdo;
2) se ontem essa tal "realidade" vinha através dos livros, hoje não vêm mais, pois o estímulo visual é muito intenso: tv, internet e outros. Na verdade, não é só o visual, a cabeça da molecada já é um hipertexto; essa seria a área da forma.
Portanto, o formato do Tribunal da TV atendia a essas duas premissas: mostrava a realidade, e o fazia pensar, através do formato dialético de ouvir as partes envolvidas. E fazia pensar do modo mais pedagógico possível, que é o de transformar um conteúdo que mostra o pior do ser humano, da forma mais humana possível, pelo uso da razão, chegando a um veredito, isto é, a uma síntese.
No entanto, o ser humano não é só razão, é emoção tb e os jovens estão naquela idade em que, como eu sempre digo, "pensam com os hormônios, não com os neurônios"; cabe a nós, adultos, sejamos artistas, professores, pais ou tudo-ao-mesmo-tempo-agora, procurar mostrar aos jovens qual o lugar de cada coisa, para que eles, instrumentalizados, possam escolher com liberdade e, quanto a isso, o programa caia como uma luva! Pena que a BAND, num ataque hormonal, tenha feito o papel da criança voluntariosa que, "não quer brincar mais!". As escolas estão cheias de crianças que não querem mais brincar de estudar; isso é demonstração de poder. Só resta pensar: quem detém o poder hoje em dia, as crianças ou os adultos? Ou pode-se pensar em "adultos voluntariosos"? Será que um tribunal da tv responderia essa questão aos telespectadores? Luvas estão em desuso, mas carapuças...